É possível a inteligência artificial sair do controle?

Será que as máquinas vão roubar o lugar do homem? A ciência já criou tecnologia suficiente para que os robôs respondam a comandos e possam realizar tarefas simples do dia-a-dia. Mas, eles são capazes de sentir? O último coração é uma história futurista ambientada no fim do mundo, em que os robôs são programados para destruir a humanidade.

A trama tecno-futurista de cunho filosófico, escrita pelo professor e escritor mineiro Tiago Augusto Figueiredo gira em torno de Tom Figg, que tinha o sonho e a ambição de conhecer a vida no futuro. O cientista consegue realizar o grande sonho, porém, quando alcança, percebe que ninguém mais sobrou para compartilhar as ambições. Tom já está vivendo a era dos robôs.

“Tom estava à beira do descontrole emocional. Ele não compreendia como poderia conseguir tal feito. Bem, ele realizou um sonho. Nenhuma vibração. Ao contrário, apenas preocupação. Um grandioso vácuo dentro de si, sem som e sem cor. Se não havia nenhum outro homem, nem mulher, ele seria o último. Ele seria o desfecho da humanidade.” (O último coração, p. 376)

O coração do protagonista é o último a bater na Terra. Agora, irá compartilhar com as máquinas o que os homens viveram e sentiram e o que fizeram com a vida. Neste romance, Tiago transporta o leitor para um futuro distante com uma escrita introspectiva, detalhada e sensível. Entre outras reflexões, a história retrata a ambição humana, como escolhas geram consequências e mudam o curso de toda uma era.

Tiago é professor de filosofia e escritor de romances de cunho filosófico. O autor usou a ficção para criar um mundo adaptável, onde a humanidade aprendeu com as escolhas e como elas geraram consequências que mudaram o curso da vida. “Quando uso “cunho” filosófico, refiro-me a uma espécie de marca filosófica, pois é uma ficção que faz as pessoas refletirem. Não é uma obra filosófica, mas pode ser usada em alusão para comparar diversas teorias”, descreve.

Mais detalhes sobre a história do autor e sobre suas inspirações para compor a obra você confere na entrevista abaixo:

Por que você decidiu ambientar sua obra no fim do mundo?

Gosto da ideia de pensar no futuro, pois é dessa forma que identificamos melhor nosso presente. Imaginar como seria o fim do mundo é, basicamente, imaginar o que estamos fazendo hoje.

Quando e como surgiu sua paixão pela escrita? 

Minha mãe viajava para cuidar de sua saúde e sempre trazia livros para mim, incentivando-me a ler desde cedo, ela é a principal responsável. Posteriormente, fui ampliando minha leitura e lendo um pouco sobre tudo, o que me incentivou a escrever também. Escrevia muito na adolescência, mas resolvi escrever obras para publicar mesmo após os vinte anos de idade.

Você acha que os robôs são capazes de sentir?

A Inteligência Artificial vem se desenvolvendo ano após ano, gosto muito de estudar sobre tecnologia e entender um pouquinho, todavia, não creio que uma artificialidade seja capaz de compreender um sentimento. É tudo programado, não vejo sentimentos humanos como sistemas automatizados.

Como surgiu a inspiração para criar este livro? Qual foi a motivação?

Como trabalho com Filosofia, meus próprios alunos me questionam muito sobre várias coisas e costumo anotar tudo. Pesquiso e leio muito sobre obras filosóficas, pensamentos, entrevistas e questões similares, perguntas do dia a dia que incomodam as pessoas. A inspiração deste livro veio de um conjunto de tudo isso, que imaginei o que aconteceria se mantivéssemos tão egoístas.

Qual é a principal mensagem que a obra traz aos leitores? 

A obra busca levar o leitor a se colocar no lugar do personagem principal, é um pensamento que acredito ser muito profundo: se fôssemos os últimos homens a viver aqui, apenas nós, isoladamente, o que faríamos? É uma boa forma de pensar o que estamos perdendo a oportunidade de fazer hoje.

Algum personagem do livro foi inspirado em sua vivência?

Imaginei Tom como se fosse eu mesmo, pensando nisso, o que eu faria. Os demais não necessariamente possuem alguma inspiração em especial. Talvez um jeito ou outro, mas nada em especial.

Você fez alguma pesquisa para escrever o livro, qual? Quanto tempo levou para escrevê-lo?

Sempre estudo bastante, gosto de ler, saber mais sobre várias coisas. Para escrever essa obra, estudei alguns pensadores que falam sobre a vida, o que devemos fazer, o que perdemos no tempo, o sentido da existência e li um pouco sobre as Inteligências Artificiais e várias teorias sobre como estaria o planeta sem nós. Em relação ao tempo, várias ideias vagam em minha mente, essa ideia ficou por, aproximadamente, dois anos, pensando dia após dia sobre como poderia estruturar a história. A escrita mesmo, na prática, gastou alguns dias.

Você diz que sua obra tem cunho filosófico, explique sobre:

A obra tem uma “marca” filosófica, porque ela nos permite pensar um pouco mais, é uma história que nos faz refletir e pode ser usada em aulas e debates por escolas, faculdades, grupos diversos e amigos. Quando uso “cunho” filosófico, refiro-me a uma espécie de marca filosófica, pois é uma ficção que faz as pessoas refletirem. Não é uma obra filosófica, mas pode ser usada em alusão para comparar diversas teorias.

Além desse lançamento, você pretende publicar outros livros ou uma continuação para a história? Quais são seus próximos projetos?

Com certeza. Em 2022 mesmo, teremos mais livros por aí, porém, com outras histórias, outros focos, também com essa “marca” de fazer com que as pessoas reflitam sobre algo. Não vejo razão para continuar “O último coração”, a história tem um fim e creio que, caso continuasse, de alguma forma, poderia se perder na essência da história, então, infelizmente, os fãs da obra ficarão apenas com esta versão mesmo (rs).

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