Conheça Mônica Zampieri, a empresária que reinventou a marca Moni durante a pandemia

Fundada em 1991, a Moni é uma empresa familiar que teve seu início com a fabricação de uniformes colegiais para a região de Flores da Cunha, no Rio Grande do Sul. A partir do novo milênio, em 2001, a marca passou por uma reformulação, voltando seu foco para a produção de casacos de lã natural – utilizando matéria-prima nacional da Cootegal de Caxias do Sul, e a lã italiana, importada com exclusividade.

A empresa foi fundada pelo casal Abrelino Jose Zampieri (Diretor) e Realda Maria Scremin Zampieri (Diretora de Produção). O nome Moni foi uma homenagem a sua filha única, que desde 2018 está na liderança da empresa: Mônica Zampieri. Atualmente, a partir da visão de Mônica, diretora de criação da marca, a Moni tem buscado desenvolver roupas utilizando materiais de alta qualidade, com foco em peças atemporais, clássicas e elegantes.

Em 2020, com a pandemia, ampliou sua gama de opções ao incluir a linha de alfaiataria com todas as peças do guarda-roupa, elegantes e com um corte refinado, mas sem abrir mão do conforto. No último verão, a marca lançou a coleção cápsula, Preservar, composta por 12 modelos diversos como vestidos, saias envelope, calças, macacões, croppeds, camisas, casaco de alfaiataria e blusas, todos produzidos inteiramente com linho sustentável, onde apostou no uso do material ecológico, com certificação do setor e que auxilia no reflorestamento do planeta. Com fabricação 100% manual e um cuidadoso processo de produção, feito totalmente com mão-de-obra local, a Moni resgatou técnicas ancestrais, valorizando o linho, matéria-prima nobre e com forte simbologia desde o Egito antigo. Fechando a coleção, também lançou um casaco de lã no modelo sobretudo, 100% natural, sem tingimento, cujo processo de fabricação contribui para a preservação do meio ambiente. Como resultado, a marca apresentou peças atemporais, versáteis e de grande durabilidade, contribuindo também para um consumo mais consciente.

coleção cápsula Preservar

Em 2021, a Moni foi uma das 15 marcas escolhidas para participar do Feito na Serra Gaúcha, iniciativa que visa transformar a região em referência nos quesitos identidade e sustentabilidade, e tem o objetivo de incentivar a moda autoral de micro e pequenas empresas, como ateliers e indústrias de confecção e design, fortalecendo o setor no período de pandemia. A ideia foi fruto da parceria entre o Sebrae com entidades como Polo de Moda, Sindivest e Fitemasul e ofereceu encontros para desenvolver ainda mais os talentos locais. 

Mais recentemente, a Moni incorporou no seu portfólio casacos masculinos, com a coleção Man, que foi produzida e inspirada na moda Italiana – confeccionada com lã proveniente da Itália – para homens modernos, elegantes e cheios de estilo. Agora, Monica conta que está no processo de realização da nova coleção de inverno. Pela primeira vez, a marca trará uma cartela de cores especiais nos casacos de lã, desenvolvidas com o conceito Dopamine dressing, que tem como preceito usar cores mais vibrantes, que ativam a dopamina no cérebro e liberam uma sensação de felicidade, otimismo – além de, claro, manter os clássicos, com modelagens e cores tradicionais para a consumidora mais conservadora que aposta no básico e atemporal. Zampieri destaca a qualidade da matéria prima dos casacos, além de acabamentos, cortes e modelagem perfeitos.

Coleção Man – Foto: Carolina Brugnera

A fundadora da marca revela que está iniciando esse ano um trabalho com os principais showrooms nacionais, e estará em breve nas araras das boutiques mais célebres do país com os casacos de lã, a coleção Preservar e também sua linha de alfaiataria.

Mônica Zampieri é formada em Administração de Empresas pela FSG, pós-graduada em Finanças pela FGV, Consultora de moda e Imagem pela Ecole Brasil e agora nos conta um pouco mais sobre sua trajetória da empresa:

Como foi assumir a direção da empresa? 

Chegar a direção da empresa foi um processo que veio em virtude de muito trabalho, muita dedicação e muita confiança que meus pais tiveram em mim para que eu pudesse assumir esse cargo, além da direção criativa. Eu entrei na empresa em 2010, mas só assumi essa direção no final de 2017. A responsabilidade é imensa, pois existe a questão da tradição que a empresa já carregava, e foi um desafio unir a visão que eu tinha para a Moni, sem perder a essência da marca. Além disso, eu queria mostrar a minha capacidade, então foi desafiador, porém também, muito gratificante poder ter uma base que acredita em mim e nas minhas escolhas.

Como você vê o mercado da moda brasileira na atualidade?

A moda brasileira para mim tem mudado, e acredito que tenha cada vez mais relevância no mercado. Cada vez mais temos visto marcas com preocupações em relação ao meio ambiente, às pessoas que estão envolvidas na produção, isto é, cada mais o slow fashion está em voga, porém eu acredito que a as marcas mais artesanais têm encontrado uma dificuldade no que tange aos produtos importados de baixa qualidade – os famosos fast fashions, que prezam pela rapidez no consumo e descarte, além de baixo valor comercial. O desafio para as marcas que prezam pelo consumo consciente é mudar o pensamento do consumidor, ao entregarmos peças que prezam pela qualidade e durabilidade.

Quais foram as mudanças na empresa nos últimos dois anos?

Eu digo que a empresa é uma antes e uma depois da pandemia. Nesses últimos dois anos, quando a pandemia iniciou, a Moni vinha num ritmo e em 2020, com essa parada que afetou o mundo como um todo, especialmente nos negócios e na moda, nós vimos que era importante mudar. Começar a pensar como acompanhar esse processo, como seria estar no mercado nesse novo momento, apesar de não ter muita clareza de como seria. Nos últimos 25 anos, vínhamos trabalhando somente com casacos de lã e, motivados pela situação, decidimos inovar: ter peças de alfaiataria e abrir nosso primeiro showroom, localizado no litoral do Rio Grande do Sul, durante a alta temporada. Ele foi criado com uma proposta totalmente conceitual, mostrando quem era a Moni como origem e como marca. Dentro desse período, também investimos mais em branding e tivemos um case muito positivo ao sermos convidados para participarmos do “Feito na Serra”, iniciativa que visa transformar a região em referência nos quesitos identidade e sustentabilidade. Fomos escolhidos junto a outras 15 marcas da região para recebermos um selo, com o objetivo de certificar e incentivar a moda autoral de micro e pequenas empresas, fortalecendo o setor nesse período de pandemia. O processo de mudança que a Moni enfrentou nesses dois últimos anos resultou no crescimento de reconhecimento de marca de cerca de 80% e foi a virada de chave para empresa, que agora está entrando no mercado nacional, em diversos showrooms de grande relevância espalhados pelo Brasil.

Quais foram os maiores desafios nesse período?

O maior desafio foi não saber como o mercado iria reagir ao nosso reposicionamento de marca, pois trabalhávamos somente com um produto e no mesmo local há 25 anos. Ao incluirmos mais peças no nosso portfólio, tivemos que buscar novos tecidos e novos fornecedores, alinhados à qualidade do padrão Moni, e, claro, foi um desafio a incerteza de como seriam as vendas desses novos produtos. Além disso, demos um grande passo ao abrir nosso primeiro showroom, no litoral gaúcho, fora da área que já éramos conhecidos, e não sabíamos como seria a receptividade do mercado em relação a isso.  A Moni deu uma guinada de 180º, tivemos que mudar o ritmo e mudamos o branding almejando atingir esses novos consumidores.

Quais são os projetos da Moni para o futuro?

Cada vez mais queremos mostrar o que é a Moni pelo Brasil a fora. Desejamos que mais pessoas conheçam a marca da Serra gaúcha, assim como princípios, a qualidade dos produtos, as tradições, em diversas lojas multimarcas do Brasil que, claro, estejam alinhadas aos nossos valores. E quem sabe, futuramente, atingir também o mercado internacional.

Saiba mais sobre a Moni: www.moni.ind.br @use.moni

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