A nova modalidade pode ser uma solução acessível para compradores e lojistas, mas é importante avaliar as taxas e condições para evitar surpresas
O Banco Central do Brasil prevê para setembro deste ano o lançamento do Pix Parcelado, uma nova modalidade de pagamento que permitirá aos consumidores dividir suas compras em parcelas, sem a necessidade de cartão de crédito. A expectativa é que essa inovação amplie o acesso ao crédito, especialmente para os 60 milhões de brasileiros que, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS) (são dados também do Banco Central – BCB), não possuem cartão de crédito. A novidade surge como uma alternativa mais acessível e eficiente em comparação aos cartões tradicionais, facilitando o consumo e a inclusão financeira.
Cuidados e considerações
Para os consumidores, o Pix Parcelado oferece uma solução prática e acessível, permitindo o parcelamento diretamente no momento da transação, com taxas e condições definidas pelas instituições financeiras responsáveis pelo crédito. O consumidor ganha mais uma alternativa ao cartão de crédito, e pode ser útil quando o limite do cartão está esgotado, ou próximo do limite. A vantagem principal é a redução de custos, pois as taxas associadas ao Pix podem ser mais baixas que as do cartão de crédito, além da possibilidade de realizar compras de forma parcelada sem precisar do cartão.
“A chegada do Pix Parcelado representa uma grande oportunidade para democratizar o crédito no Brasil, aumentando o poder de compra dos consumidores e proporcionando mais segurança e liquidez para os lojistas. Com isso, o Banco Central avança na transformação digital dos pagamentos”, afirma José Barletta, diretor técnico da Ingenico, líder global em soluções de aceitação de pagamentos. Além de beneficiar os consumidores, o Pix Parcelado oferece vantagens significativas para os lojistas.
O modelo garante o pagamento integral imediato, sem as taxas e o prazo de espera comuns nas transações realizadas com cartões de crédito. Isso permite maior fluxo de caixa e elimina os riscos de inadimplência, trazendo mais segurança ao comércio. Para os comerciantes, essa modalidade também representa uma oportunidade de aumentar as vendas ao tornar o processo de pagamento mais rápido e eficiente.De forma geral, o Pix Parcelado se mostra mais vantajoso em termos de juros em comparação com o crédito rotativo do cartão. Ele pode ser uma alternativa barata para quem precisa de um crédito rápido e não tem o valor total da compra.
Ainda assim, para aproveitar plenamente as vantagens do Pix Parcelado, é importante que consumidores e lojistas estejam atentos a alguns pontos. Para os consumidores, as taxas de juros e o IOF cobrados pelas instituições financeiras podem ter custos, por isso, é fundamental avaliar se o parcelamento é realmente necessário e se existem alternativas mais vantajosas. Já para os lojistas, é essencial que as taxas de parcelamento sejam competitivas e transparentes, garantindo que o benefício do pagamento imediato não seja ofuscado por condições pouco atrativas para os clientes.“O Pix já é responsável por movimentar trilhões de reais no Brasil, com um aumento constante de transações diárias, conforme dados do Banco Central. A previsão é que o Pix Parcelado contribua com o crescimento da solução de pagamentos PIX no Brasil, facilitando o acesso ao crédito e estimulando o consumo”, conclui Barletta. Com o Pix Parcelado, o Brasil dá um passo importante na democratização do crédito, oferecendo novas alternativas para consumidores e lojistas e ampliando as opções de pagamento no mercado.
O Pix é dos brasileiros
De acordo com dados do Banco Central, o volume de transações digitais tem crescido exponencialmente. Em 2024, o Pix movimentou mais de R$ 26 trilhões e bateu recorde de transações em um único dia, superando 227 milhões de operações. Essas estatísticas ressaltam a eficiência do sistema, que serve como base para o desenvolvimento de uma plataforma internacional. O Fundo Monetário Internacional (FMI) também tem acompanhado de perto essa evolução, destacando que a adoção de CBDCs e o sucesso de sistemas como o Pix no Brasil podem facilitar a inclusão financeira e reduzir os custos de remessas na América Latina. Globalmente, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) lidera o projeto Nexus, que busca conectar sistemas de pagamento instantâneo de diversos países. Essa iniciativa tem o potencial de reduzir drasticamente os custos de transações transfronteiriças, que hoje chegam a movimentar bilhões de dólares por dia.

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