Como largar velhas práticas se tornou o trunfo de líderes do futuro

Quase metade dos CEOs do mundo acredita que suas empresas não sobreviverão economicamente na próxima década sem uma reinvenção significativa, segundo pesquisa da PwC com mais de 4.700 executivos. O especialista em empreendedorismo Reginaldo Boeira defende que desaprender, abrir mão do controle total e romper com padrões ultrapassados são atitudes essenciais para quem quer liderar negócios preparados para o futuro.

45% dos CEOs acreditam que suas empresas não serão economicamente viáveis dentro de 10 anos se não houver uma reinvenção significativa, segundo pesquisa da PwC, empresa global de consultoria e auditoria, com mais de 4.700 executivos em todo o mundo. Para Reginaldo Boeira, fundador da KNN Idiomas e presidente do KNN Group, holding que reúne mais de 12 empresas nos setores de educação, construção civil e comércio exterior, o excesso de controle, o apego a velhas fórmulas e o medo de errar são hoje os maiores obstáculos ao crescimento de um negócio. 

“Desaprender foi o que mais me fez crescer. Tive que romper com aquilo que me trouxe até aqui para continuar avançando. E isso não é fácil para quem lidera”, afirma Boeira, que se tornou um dos grandes nomes do empreendedorismo em razão de sua trajetória de vitórias e desafios e das metodologias inovadoras implantadas em suas empresas. Ele conta que, ao longo dos últimos anos, precisou questionar métodos que funcionaram no passado, mas que já não encontravam eco em uma nova geração de consumidores, franqueados e colaboradores. “Foi quando deixei de ser apenas um gestor e me tornei um provocador de mudanças.”

Essa mudança de mentalidade começou a se intensificar em 2023, quando Boeira enfrentou um câncer e se afastou temporariamente da presidência da KNN. “Foi o maior MBA da minha vida. Voltei mais disposto a ouvir, experimentar, aprender com os erros e ajustar o rumo com mais precisão”, afirma. Hoje, a rede de idiomas contabiliza mais de 670 unidades negociadas e cerca de 200 mil alunos ativos, com métodos personalizados e foco no ensino humanizado, filosofia que Boeira aplica também nas demais empresas do grupo.

Na prática, desaprender significou dar mais autonomia às equipes, incentivar o intraempreendedorismo e aceitar que o melhor plano nem sempre é o mais planejado. “Empresas gigantes estão ruindo porque seus líderes ainda acreditam que centralização é sinônimo de segurança. Eu prefiro acreditar que quem mais erra, mais aprende”, diz. A lição está presente em seu livro “Quando o sucesso é a única opção”, em que compartilha a própria trajetória — da infância humilde em Monte Belo (MG) até construir um império empresarial com capital 100% brasileiro.

Para Boeira, o novo papel do líder é mais do que guiar: é inspirar, provocar e deixar espaço para o novo surgir. “É preciso matar o ego do ‘eu sempre fiz assim’. Isso serve para CEOs, gestores, franqueados ou qualquer profissional que queira evoluir. O futuro pertence a quem se reinventa o tempo todo.” Sob sua liderança, a KNN não apenas se tornou uma das cinco maiores redes de franquias de idiomas do país, como também recebeu o selo de 5 estrelas no prêmio Melhores Franquias do Brasil. 

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