O Google está focado em aumentar o uso de tecnologias para prever eventos climáticos extremos, como enchentes, em 2024. No entanto, a empresa enfrenta desafios para desenvolver softwares adaptados à nova realidade, que sejam eficientes em termos de energia e descarbonizados. No Relatório Ambiental de 2024, divulgado recentemente, a empresa atualizou seus esforços para criar produtos sustentáveis.
Um dos principais focos é o desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial (IA). Uma pesquisa realizada em parceria com a Boston Consulting Group indica que a IA pode reduzir de 5% a 10% das emissões globais de gases do efeito estufa (GEE) até 2030.
Em 2021, o Google lançou o Flood Hub, um site que identifica regiões com risco de aumento do nível da água, disponível para 80 países e mais de 460 milhões de pessoas. Kate Brandt, diretora de sustentabilidade do Google, destacou que a empresa tem investido significativamente em IA para previsões climáticas. A ferramenta foi utilizada em agosto do ano passado no Chile, permitindo que a população evacuasse áreas de risco antes das enchentes.
Além das previsões, o relatório do Google aborda o uso de IA para organização de informações e otimização de processos. O Google Maps, por exemplo, oferece rotas eficientes em termos de combustível, ajudando a reduzir as emissões de GEE. Desde 2021, essa funcionalidade evitou a emissão de 2,9 milhões de toneladas métricas de GEE.
Outra inovação é a ferramenta Green Light, que otimiza o uso de semáforos para reduzir o consumo de combustível. Implementada em 70 cruzamentos de 12 cidades, incluindo o Rio de Janeiro, a tecnologia pode diminuir o tráfego em ritmo de parar e andar em 30%, reduzindo as emissões em 10%.
Em 2023, o Google também investiu na melhoria de tecnologias existentes, lançando o Trillium, a sexta geração de chips para IA, que é 67% mais eficiente energeticamente. Esse avanço pode reduzir o consumo de energia para treinamentos de IA em 100 vezes e as emissões em até 1000 vezes.
Desde 2010, o Google tem investido em energia limpa, e em 2017, tornou-se a primeira grande empresa a equiparar seu consumo anual de eletricidade com energia renovável. A meta de descarbonização da empresa está estipulada para 2030.
Apesar dos esforços, as emissões do Google aumentaram 13% em 2023, principalmente devido ao consumo de energia nos centros de dados e na cadeia de fornecimento. A empresa tem a meta de atingir 100% de energia renovável entre seus maiores parceiros até 2029.
A gestão hídrica é outro desafio, já que os centros de dados precisam ser resfriados para evitar superaquecimento. Em 2023, o Google lançou um plano de gestão hídrica que inclui o uso responsável da água e o apoio à segurança hídrica nas comunidades onde opera. A meta é reabastecer 120% da água consumida até 2030.
Brandt enfatiza que a sustentabilidade é um desafio para toda a indústria de tecnologia. O Google tem priorizado compartilhar aprendizados e práticas, além de firmar parcerias para promover o progresso em todo o setor. A colaboração com outras empresas de tecnologia, como Microsoft, Meta e Salesforce, é vista como essencial para a inovação contínua e a criação de mudanças significativas na indústria.
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