Proteção de dados: Como proteger sua empresa e clientes atendendo à LGPD

Nos últimos meses a proteção de dados e a discussão sobre uso feito por empresas voltou à tona. Isso porque recentemente foram divulgadas diversas notícias sobre vazamento de dados. Em janeiro deste ano, aconteceu um mega vazamento com informações de 223 milhões de brasileiros. O número é maior do que a população do país, estimada em 212 milhões, porque incluía também dados de falecidos. As informações expostas incluíam CPF, nome, sexo e data de nascimento, além de uma tabela com dados de veículos e uma lista com CNPJs. 

Esses dados, muitas vezes, podem ser utilizados por empresas para geração de leads, ou seja, captação de potenciais clientes, e ainda para direcionamento dos negócios, entendendo o perfil do seu público alvo. Mas as razões para a captação de dados por corporações não para por aí. 

“Todas as empresas utilizam captação de dados para desenvolvimento do negócio. Afinal, com dados você consegue avaliar melhor o perfil do consumidor, analisar a concorrência, fazer busca por preços, ganhar agilidade em processos internos, entre outras muitas funções. O dado captado e analisado vira uma fonte importante de inteligência de mercado que ajuda no desenvolvimento dessas corporações e na geração de negócios. Mas é importante estar em adequação com a lei. Além disso, vale lembrar que empresas que fazem coletas de dados só podem usar as informações coletadas para fins específicos e de fontes oficiais. Uma empresa que vende dados sem comprovação de origem, por exemplo, pode estar repassando informações vazadas, comprometendo o compliance de quem comprou”, observa João Drummond, CEO da Crawly e um dos maiores especialistas do país sobre crawlers para inteligência de dados. 

O executivo complementa que é quase impossível hoje que empresas operem e se desenvolvam sem uso de dados, mas que é preciso usar de forma inteligente e de acordo com a lei. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), criada para trazer mais segurança para a população, entrou em vigor em 2020, e tem como objetivo garantir mais segurança e transparência às informações pessoais coletadas por empresas públicas e privadas. 

O problema é que muitos fornecedores contratados por grandes empresas para fazer esse serviço de automação, ou seja, coleta de dados, acabam utilizando essas informações de forma indevida, o que pode ser um complicador para o contratante. 

“É importante ficar atento aos detalhes. Se uma empresa tirou uma certidão de FGTS, por exemplo, ela tem acesso a diversas informações além do que precisa. As informações extras não podem ser usadas para nenhum outro fim sem a devida autorização, porém mesmo assim, empresas exploram o formulário do FGTS pra pegar dados que não deviam ter acesso”, alerta João. 

Além disso, a diretriz fundamental da LGPD está na necessidade de permissão do usuário para o uso de suas informações pessoais. Dessa forma, é necessário que empresas peçam que o cliente preencha esse formulários autorizando a coleta de dados para estar em adequação com a lei. 

“É proibido vender ou ceder as informações de contato de clientes para qualquer divulgação de serviço, ou produto. Além disso, os dados só podem ser usados conforme acordado no contrato, excluindo-se finalidades diversas do combinado”, reforça o especialista. 

Os clientes têm que se sentir seguros quando confiam dados a uma empresa. Ele tem que saber que podem fazer uma compra, por exemplo, e não vão ter seus dados vendidos. E as empresas que compram dados de mercado, tem que comprar de empresas sérias, que saibam que aqueles dados foram coletados de forma idônea para não causarem problemas legais. 

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Foto: Unsplash

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