Nomadismo digital cresce 70% durante a pandemia e impulsiona moradia flexível

O isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19 e a consequente adesão das empresas ao modelo de home office fizeram aumentar o número de nômades digitais. Levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), em agosto de 2020, revela que 70% dos entrevistados não têm apego a um imóvel fixo. Esse movimento vem se mostrando uma tendência, a partir do momento, em que as pessoas perceberam que era possível conjugar trabalho e viagem sem precisar tirar férias para isso.

Para acompanhar esse novo comportamento da sociedade, o conceito de moradia passou por ampla ressignificação, o que impulsionou, também, o crescimento da Housi, primeira plataforma de moradia flexível 100% digital do mundo, nascida há apenas dois anos, em 2019. Morar de aluguel com contrato flexível possibilitou às pessoas mudar de casa, de acordo com as suas necessidades do momento, sem se preocupar em pagar a multa rescisória ou com a burocracia de alugar um imóvel, como nos processos de locação tradicionais.

“Percebemos que está havendo mudanças de hábitos de consumo e de comportamento no mundo inteiro. A Covid-19 mudou completamente nossas vidas e acelerou a necessidade de mobilidade e flexibilidade da população como um todo. Apressou exponencialmente tendências que vinham se estabelecendo no comportamento das pessoas. De uma hora para outra, um percentual enorme da população do planeta estava trabalhando remotamente e morando em locais alternativos. Agora, o sonho da casa própria também está em xeque”, acredita Alexandre Frankel, CEO da Housi.

Moradia flexível é desejo de 82% dos jovens entre 16 e 24 anos

O estudo do Ipespe apontou, ainda, que 82% dos jovens brasileiros, entre 16 e 24 anos, querem experimentar a moradia flexível. Entre os mais velhos, 52% são simpáticos à ideia. Somente os idosos resistem mais à mudança (36%). Além disso, apenas 26% dos entrevistados veem com bons olhos o financiamento bancário de casa própria ao longo de 30 anos.

“A moradia é cada vez mais percebida como um serviço. Estamos em uma era em que o ‘ter’ dá lugar ao ‘usar’. Os custos do ‘usar’ podem ser muito menores dos que os de ‘ter’. A vantagem de um serviço contratado sob demanda é a possibilidade de se adaptar e adequar às diferentes fases da vida, às mudanças de perfil e necessidades”, afirma Frankel.

Com o objetivo de avaliar o comportamento recente do setor de moradia e a experiência dos nômades digitais, Alexandre Frankel lançou, no fim de 2020, o livro “Como viver em um mundo sem casa”, em que trata justamente sobre as novas tendências de relacionamento com o espaço urbano, desde questões ligadas à mobilidade, à forma de trabalho, e a maneira como influenciam na relação das pessoas com a moradia.

Foto abertura: Unsplash

Foto matéria: divulagação

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